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Pacientes levam de 3 a 4 anos para o diagnóstico correto de doenças reumatológicas

Médicos alertam que doenças reumatológicas diagnosticadas tardiamente podem deixar sequelas irreversíveis

Quando estamos doentes, na maioria das vezes, o corpo dá sinais. Por isso, a Sociedade Catarinense de Reumatologia (SCR) alerta para que os sinais sejam cada vez mais observados com atenção, já que em média pacientes levam de três a quatro anos para descobrir o diagnóstico correto de doenças reumatológicas, tempo suficiente para deixar sequelas irreversíveis em algumas doenças e até levar o paciente a óbito. Além do período que muitas pessoas postergam até decidir procurar ajuda médica, caindo muitas vezes no perigo da automedicação, adquirindo analgésicos e anti-inflamatórios diretamente nas farmácias, há ainda outro agravante: os pacientes acabam procurando outros profissionais de saúde sem a expertise necessária para avaliar de uma forma global o paciente com queixas de dor nas articulações ou na coluna.

Conforme a médica reumatologista e presidente da SCR, Mara Suzana Cerentini Loreto, de Blumenau, sentir dor não é normal. “O que muitas pessoas perguntam é se sentir dor nas juntas é normal. Não é! Ter dor em qualquer segmento que engloba a sustentação e movimentação do corpo precisa ter uma justificativa. O sintoma que persiste por algumas semanas deixa de ser dor aguda para se tornar uma dor crônica. O paciente tem que observar os sinais e procurar o médico reumatologista o mais breve possível”, comenta a doutora.

A aposentada Angelina de Medeiros, de 60 anos, moradora da Palhoça – Grande Florianópolis, conviveu 10 anos com as dores causadas pela fibromialgia. Por muito tempo ela se automedicava e procurava outras especialidades, tentativas frustradas. “Demorei muito pra ir ao reumatologista e então ter um diagnóstico correto. Foram quase 10 anos sofrendo. Hoje, com o tratamento adequado eu vivo normalmente”, diz a paciente.

As doenças reumatológicas podem afetar indivíduos de todas as faixas etárias. Algumas afetam mais os homens; outras, as mulheres. São mais de 120 doenças que afetam o aparelho locomotor (tendões, articulações, músculos e ossos) e também outros órgãos internos. A reumatologista Fernanda Vicente da Costa Moresco, de Florianópolis, explica que as doenças podem ser degenerativas, como a artrose e osteoporose, ou autoimunes, como as artrites e o lúpus, por exemplo. “Estas últimas podem ter uma evolução leve, moderada ou evoluir com sequelas irreversíveis e até mesmo o óbito, em alguns casos. A realização do diagnóstico e tratamento precoces ajudam a evitar uma evolução desfavorável”, alerta Fernanda.

Fotos: Divulgação

A médica diz ainda que é comum as pessoas esperarem a dor incapacitar as atividades do dia a dia para procurar o reumatologista. “Dores persistentes nas juntas, com edema ou não, que melhoram ou que pioram com as atividades diárias devem ser investigadas, independente da sua idade. Algumas doenças reumatológicas podem afetar qualquer órgão do nosso corpo, fato que torna o diagnóstico da doença, em alguns casos, difícil de ser realizado”, explica Fernanda Moresco.

A presidente da SCR, Mara Loreto, enfatiza que as doenças reumáticas têm tratamento e quanto antes o médico reumatologista for procurado, maiores são as chances de tratar e amenizar os sintomas. “Fique atento aos sinais de seu corpo. As doenças reumatológicas têm tratamento. Quanto mais precocemente você procurar ajuda médica, maiores serão as suas chances de recuperação e controle de sua doença, com prevenção de incapacidades funcionais, redução do tempo de afastamento do trabalho e melhora da qualidade de vida”.

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