Parece que foi ontem, mas neste primeiro semestre de 2019 completo 18 anos atuando como assessora de imprensa, função esta elevada a títulos como assessoria de comunicação ou, mais recentemente, PR. Destes anos, no mínimo uma década foi dedicada à comunicação de eventos. Talvez uma das métricas que quero ter é contar de quantos eu já tive a responsabilidade de assinar a comunicação – muitos ao lado da equipe Atré. Centenas, tenho certeza.
Mas a minha certeza não está apenas em números, e sim na vivência; e comunicação de eventos é isso: viver um misto das expectativas do organizador e do público, encontrando o melhor caminho para registrar, para reportar cada detalhe da montagem até as expectativas do patrocinador e do público, é claro.
Seja um evento de entretenimento, um evento técnico ou algum para um público extremamente segmentado, encontrar a forma correta de divulgá-lo é, provavelmente, o maior desafio; afinal de contas, é preciso um “q” de estratégia alinhado com a realidade de mercado de cada região. Hoje, mais do que nunca, se trata de qualidade de publicações e não de quantidade para atingir o público almejado pela produção/patrocinador de cada evento.
Neste cenário, o papel – e a atuação – da assessoria de imprensa deve fazer parte desde o início do planejamento do evento, para que o profissional possa entender todos os recursos disponíveis, propor pautas mais elaboradas e ter conhecimento de causa para contornar eventuais críticas e crises – tão comuns na área de eventos e principalmente em tempos de acesso irrestrito às redes sociais.
Mas engana-se quem pensa que o assessor de imprensa/comunicação de eventos se limita a produzir notas, contatar os jornalistas de jornais, televisão e rádio e fazer um release de fechamento com os resultados positivos. Nosso olhar transpõe as atividades básicas de um profissional da área, atuando também com o relacionamento com associações, profissionais do setor e até mesmo aqueles que talvez não irão consumir o evento – mas que podem ser diretamente impactados por ele.
Por exemplo, o evento X irá fechar a rua central do bairro, o trânsito será desviado ou a música alta poderá impactar os moradores do bairro. Neste cenário, é imprescindível que a assessoria de imprensa combine com os órgãos competentes a forma de divulgação de tais modificações, e que entregue estas informações – através de mapas, gráficos e demais recursos visuais – para os jornalistas, minimizando os prejuízos para a comunidade envolvida.
Criatividade nas pautas e na forma de abordagem do “objeto” do evento também fazem toda a diferença. É preciso sair do tradicional “O quê, quando e onde”, é necessário encontrar ganchos/enfoques diferenciados, brigar por entrevistas exclusivas, construir conteúdos informativos e relevantes, que, além de informar os leitores/espectadores de determinado veículo, farão com que seu público saia de casa e prestigie, gerando nele uma expectativa de não perder o evento.
Um outro papel essencial da assessoria de imprensa de eventos é zelar pela perenidade do mesmo, construindo a imagem da marca/evento para que ele consiga ser viabilizado nos anos/edições seguintes – se assim for desejo do seu organizador. Por isso, é essencial uma boa gestão das equipes de fotografia, para que as marcas de patrocinadores apareçam, bem como um relatório que contemple/reúna todas as publicações conquistadas pela Assessoria na imprensa sobre o evento.
Com todos estes cuidados tomados, e sobretudo planejados com o devido tempo, conseguimos reduzir os ruídos, abastecer a imprensa com informações e conteúdos relevantes e atingir o grande objetivo: entreter/satisfazer o público-alvo/consumidor.
Carla Borges Lins é Jornalista,
assessora de comunicação e sócia
da Atré Comunicação Personalizada.