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Ser ou não ser?

No dia a dia, entre uma pauta e outra, no convívio com os colegas profissionais da comunicação, frequentemente ainda ouço alguns debates sobre o assessor de imprensa ser ou não considerado jornalista. Neste primeiro momento, prefiro ignorar as nomenclaturas e falar da importância de se ter um bom profissional da comunicação por trás de um assessor de imprensa. Em um outro artigo escrito aqui, falei sobre os aprendizados que tive enquanto jornalista de redação e assessora de imprensa, trazendo um pouco sobre os dois lados e a importância de um para o bom desempenho do trabalho do outro.

Em um modelo tradicional de jornalismo, no qual o jornalista saía para a rua em busca de informações, apurava e chegava junto às fontes, a comunicação se dava das redações para a sociedade. Hoje, com esse modelo desconstruído com o qual nos deparamos, a informação é veloz e colaborativa com o uso da internet, o que constrói uma comunicação do sociedade para a sociedade, com um refinamento ou aprofundamento feito pelas redações.

Em uma assessoria de imprensa, a construção de uma pauta funciona ainda no modelo tradicional de jornalismo. Identificamos ganchos, apuramos, pesquisamos, investigamos, ouvimos fontes, construímos o texto, vamos atrás de imagens que ilustrem da melhor forma o conteúdo etc. Assessoria de imprensa exige boas sacadas, boas ideias, uma dose extra de criatividade, já que nem sempre é algo tão fácil identificar na rotina do cliente algo que possa repercutir (espontaneamente) no formato de notícia. Além, é claro, de exigir o domínio da língua portuguesa, habilidade com materiais multimídia, já que atualmente precisamos entregar materiais bem completos, o mais "mastigados" o possível, para facilitar a emplacada e dar aquela mãozinha aos profissionais das redações - assim nos tornando fontes confiáveis para os veículos.

No mesmo ritmo das grandes redações, nós assessores de imprensa temos que produzir com qualidade e agilidade, e ainda lidarmos com o desafio de educar o cliente sobre a importância de uma pauta com conteúdo jornalístico, com o devido apelo de notícia, e que esse material se distancie o máximo de uma ação comercial; afinal, com nossas emplacadas através de releases, notas, reportagens e entrevistas nós não objetivamos diretamente a compra/venda de algum produto naquele momento, e sim a geração de conteúdo/informação de valor, conquistando para o nosso cliente - e consequentemente para seus produtos e serviços - uma maior notoriedade e credibilidade.

Posso garantir, por já ter estado dos dois lados, assessoria e redação, e também pelo convívio hoje com meus colegas de agência, que um bom assessor de imprensa apura, pesquisa, escreve, comunica, checa informações, acompanha eventos, fotografa, registra...; e ele só irá dominar essas habilidades se for um profissional qualificado, com as qualidades e faro de um jornalista!

 

* Dariele Gomes é jornalista, já trabalhou nos jornais Notícias do Dia (Grupo RIC) e Jornal NH (Grupo Sinos, do RS) e atualmente integra a equipe Atré Comunicação, onde atua como assessora de imprensa.

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