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Os dois lados: aprendizados enquanto jornalista de redação e assessora de imprensa

São 7h50 de uma manhã comum na redação de um jornal impresso e diário. Entre um gole e outro de café os sentimentos se misturam; ansiedade e preocupação com a produção de três ou quatro pautas do dia. Abre e-mails, faz ligações, sai para a rua, anota e rabisca. É correria, é adrenalina, chega a soar como loucura! Produzir em quantidade e com qualidade não é uma tarefa fácil, ainda mais quando falamos de notícia, de informação que impacta no dia a dia das pessoas. A informação que não tem hora e local para acontecer. Mas, no final do dia: fechamento concluído com sucesso, informações apuradas, portais abastecidos. E se foi mais um dia na frenética redação. Exausta, deito a cabeça no travesseiro e as ideias não param de chegar; isso, claro, quando entre uma noite e outra as pautas do dia não adentram nos sonhos. Às vezes aquela pergunta clássica: “E agora quem poderá nos salvar?” (risos); brincadeiras à parte, é graças aos assessores de imprensa que na grande maioria das vezes encurtamos esse caminho. Essa troca – entre jornalista de redação e quem está na outra ponta, na assessoria – deixa a operação do jornalismo mais prática, mais leve e também mais democrática, dando voz à sociedade.

Hoje, a frenética redação ainda vive dentro de mim, está na minha essência, apesar de eu não estar mais dentro dela e ter escolhido seguir pelos bastidores: atuar como assessora de imprensa, em uma agência de comunicação. Agora faço a ponte entre o cliente e os veículos de comunicação, intermediando para que informações importantes e histórias de valor sejam compartilhadas, virem notícia. A excitação de escrever continua, hoje precisando exercer muito mais a minha criatividade e até mesmo faro jornalístico (pensa que é fácil transformar o trabalho muitas vezes rotineiro do cliente em notícia?). Precisamos unir os objetivos do cliente com informações de valor, que sejam atrativas ao público e que se encaixem nos perfis dos veículos de comunicação. A inquietude segue por aqui, pois cada cliente e cada pauta são encarados como novos desafios, um novo universo para desbravar, uma nova oportunidade de criar, de ser diferente.

Ter tido a oportunidade de atuar nesses dois cenários, dos dois lados, permitiu que eu pudesse ver que essa união é baseada em confiança e indispensável para o atual momento da comunicação, onde cada vez mais as redações estão enxutas e carregam a responsabilidade de entregar conteúdo com qualidade e com uma agilidade até mesmo cruel. Isso porque o leitor, o internauta, o ouvinte e o telespectador está cada vez mais exigente em conteúdo de valor e tempo de entrega.

Cada dia mais vejo a evolução desse “casamento” entre veículos e assessores de imprensa, com cada vez mais diálogo, um conhecendo ao outro, um respeitando o papel do outro, tornando uma relação saudável e já prescrita como duradoura. Uma relação mútua!

 

* Dariele Gomes é jornalista, já trabalhou nos jornais Notícias do Dia (Grupo RIC) e Jornal NH (Grupo Sinos, do RS) e atualmente integra a equipe Atré Comunicação, onde atua como assessora de imprensa.

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