Desenvolvido nos Estados Unidos, o método ainda é pouco difundido em Santa Catarina
Um dos principais desafios de portadores de disfunções neurológicas como a paralisia cerebral, atraso de desenvolvimento motor, AVC, lesão medular e outras síndromes, é encontrar um efetivo método de reabilitação, tanto para idosos, adultos quanto para crianças. Pensando nestas dificuldades e na tecnologia de ponta presente em métodos ainda pouco difundidos no Brasil, como o Therasuit, a fisioterapeuta Camila Szpoganicz (foto), de Florianópolis, especializou-se na técnica e acaba de abrir o espaço Theralab.
Considerado um protocolo de terapia intensiva, o método foi criado pelo casal Izabela e Richard Koscielny, em 2002, nos Estados Unidos. Eles buscavam por novos tratamentos para a filha, portadora de paralisia cerebral, e encontraram uma promissora alternativa na roupa utilizada por astronautas para conter os efeitos da falta da ação da gravidade. “Há diversos estudos constatando que as pessoas com problemas neurológicos precisam de repetições intensas de exercícios para aprender e adquirir uma nova habilidade motora”, explica Camila Szpoganicz, que teve o primeiro contato com o Therasuit em 2015 e desde então vem se aperfeiçoando na técnica para trazê-la a Florianópolis.
O método difundiu-se através do uso de três elementos: Therasuit (veste), Universal Exercise Unit (gaiola) e Spider, utilizados de maneira combinada, ou não. “É necessário deixar claro que os acessórios utilizados dão suporte para o método, mas que o protocolo intensivo de força é o que faz mudanças internas. Uma mudança fisiológica a nível celular”, explica Camila.
Identificadas as necessidades de cada paciente, o protocolo será aplicado focando em benefícios como o reaprendizado do Sistema Nervoso Central, aumenta a variedade de movimentos ativos, a força e resistência muscular, permitindo que o paciente melhore suas habilidades funcionais, sendo um trabalho que visa a independência. O protocolo de aplicação do método Therasuit dura de três a quatro semanas, com sessões intensivas de três horas diárias. A psicóloga Adriana Fernandes é uma das pacientes que já utiliza o método há seis meses. Tetraplégica há quatro anos, desde que iniciou com o tratamento já registra uma notável melhora na sustentação da cabeça e na postura em pé, quando suportada pelo Spider. “Todas as ferramentas se somam à estabilidade física e emocional proporcionada pela terapia. Sem dúvidas, os exercícios são diferenciados e com isso eu sinto muito mais o peso do meu corpo”, destaca.
Sobre os elementos utilizados
- Veste TheraSuit: constituída de cordas elásticas (específicas e antialérgicas), ajustadas de acordo com a necessidade do paciente, permitindo que o mesmo receba informações contínuas de proprioceptores e de alinhamento correto. Assim, é possível inibir movimentos reflexos e permanecer em um padrão postural mais próximo do normal, aprendendo ou reaprendendo determinados movimentos.
- Gaiola: com polias e pesos na qual se consegue realizar movimentos sem a ação da gravidade (primeira forma de aprendizado do movimento) e fortalecer músculos específicos. Este equipamento proporciona um ganho de amplitude nos movimentos, flexibilidade muscular e articular, assim como ganhos funcionais.
- Spider: no spider o paciente é mantido em pé, na linha média, por um sistema de cordas acopladas à gaiola. É treinado a realizar atividades funcionais. O terapeuta pode modificar o sistema de cordas, facilitando ou dificultando a atividade (de acordo com o nível do paciente). Neste sistema, trabalha-se a integração sensorial, coordenação e equilíbrio.
Assista aqui ao vídeo com mais detalhes sobre o método.
O espaço Theralab fica na Rua Idalina Pereira dos Santos, 67 – Agronômica – Florianópolis. Telefone para contato: (48) 99988-5776