A busca por novos hobbies, atividades ao ar livre, sustentabilidade e momentos em família colocam a prática da detecção de metal em alta
Você já parou para pensar o que leva uma pessoa a procurar metais escondidos embaixo da terra? O detectorismo é uma atividade que vem ganhando cada vez mais adeptos no Brasil, seja por hobby ou como atividade profissional, e grupos de detectoristas podem ser encontrados em diversas regiões de Norte a Sul do país.
Se você já viu alguém andando na praia ou em parques com um equipamento eletrônico diferente, parecendo estar fazendo uma varredura do ambiente à procura de algo, certamente se perguntou “o que é isso”? Conhecidos também como “caçadores de tesouros”, os detectoristas são movidos pelo fascínio de encontrar objetos perdidos ou escondidos pelo tempo. A atividade pode ser explorada em prol do meio ambiente, para retirar lixo de praias e parques, como exercício físico e na busca por objetos com valor histórico, cultural, sentimental ou até mesmo monetário.
Carolini Tabarelli detecta metais há mais de 10 anos e é uma das fundadoras do Clube de Detectorismo Curitiba, do Paraná, criado em 2014, e, entre os diversos achados ao longo dos anos, conta que os objetos mais antigos são os que ela mais gosta de encontrar.
“Os objetos mais antigos são os que me chamam mais atenção, nem sempre tem valor monetário, mas a história por traz dele vale muito mais. Já encontrei uma harpa judia, também conhecida como berimbau de boca, um objeto feito de ferro forjado e muito trabalhoso de se fabricar, que guardo com muito carinho”, diz. Também é possível usar o detectorismo em prol da sustentabilidade com a retirada de lixos de parques e praias. Carolini estima que, no último ano, retirou mais de 100 quilos de lixo do meio ambiente.
“Os achados são muito variados e, geralmente, nas pesquisas feitas em locais urbanos, além de recuperar objetos colecionáveis ou de certo valor, encontra-se muito lixo, de diferentes tipos e tamanhos, como tampas de garrafa, lacre de latas, pregos, parafusos, latas, bisnagas de creme dental, pilhas, barras de ferro, entre outros. Acabo fazendo uma limpeza geral nesses locais, priorizando sempre o cuidado com o ambiente e utilizando ferramentas que não agridam o solo”, explica.
O detectorismo pode ser praticado por pessoas de qualquer idade e os laços de amizades criados a partir do hobby também são uma motivação extra para quem quer praticar a atividade. “A troca que temos com as amizades feitas no detectorismo é muito intensa. Compartilhamos diversas histórias e achados, trocamos informações sobre configurações e lançamentos de equipamentos que nutrem nosso hobby e descobrimos novos locais para fazer pesquisas. Apesar de ser uma atividade individual, quando estamos detectando junto com outras pessoas a emoção em desenterrar um objeto legal triplica, pois compartilhamos o momento com amigos que também ficam felizes com o nosso achado”, destaca Carolini.
Para Regis Oliveira, diretor comercial da Minelab, empresa líder em tecnologia de detectores de metal e com sede da América Latina no Brasil, o país é um mercado muito promissor para a atividade. “As pessoas gostam de fazer as buscas em grupos, em família, de passar um momento juntas ao ar livre, seja explorando novas descobertas ou unidas pela preservação do meio ambiente. Procurar metais e objetos perdidos é fascinante, pois cada achado conta uma história e nunca se sabe o que se pode encontrar. É um verdadeiro caça ao tesouro”, destaca.
São muitas as possibilidades e diversões que o detectorismo proporciona, só não pode ser praticado em lugares tombados, sítios arqueológicos e áreas privadas.
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